Você está aquiSítios / Portugal / Salgado de Aveiro

Salgado de Aveiro


Localização

O Salgado de Aveiro (40.65615965408628, -8.664093017578125) localizado na Ria de Aveiro abrange os concelhos de Aveiro, freguesias da Glória, Aradas, Vera-Cruz e Esgueira e de Ílhavo, freguesia de S. Salvador

Descrição

Ocupando uma área de cerca de 2600 ha, incluindo áreas produtivas e não produtivas, o Salgado de Aveiro encontra-se organizado em 5 grupos:

  • Grupo do Norte, entre a cale do Espinheiro ou Rio Novo, a norte e oeste; o esteiro de Sama ou dos Frades, a sul; a cale de Bulhões e a cale da Vila, a leste;
  • Grupo do Mar, entre o canal principal, a sul, o esteiro de Sama ou dos Frades, a Norte, a cale da Vila, a leste, o canal de Ílhavo, a oeste;
  • Grupo de Monte Farinha, entre a cale de Oiro e a boca do rio Vouga (boca do Parrachil), a norte; a cale do Espinheiro ou Rio Novo, a leste e a sul; a cale do Oiro e da Gaivota, a oeste;
  • Grupo de S. Roque, entre a cale da Vila, a norte e oeste, o esteiro de Esgueira, a leste, o canal de S. Roque e a cidade de Aveiro a sul, (in Inês Amorim [2001] “Aveiro os caminhos do Sal”)

 

 

Em 2007 existiam cerca de 252 marinhas distribuídas por estes 5 grupos de acordo com o descriminado na tabela seguinte:

Grupo
Nº de marinhas (2007)
Grupo do Sul
61
Grupo do Mar
52
Grupo de São Roque ou Esgueira
63
Grupo do Norte
68
Grupo de Monte Farinha
8

 

Tipos de usos mais frequentes

 

Tendo ainda como referência dados de 2007 era possível encontrar na área do Salgado de Aveiro dois tipos de Regimes de Produção: salicultura e aquacultura com áreas de ocupação bastantes distintas conforme expresso na seguinte tabela:

Regime do salgado
Área ocupada (m2) 2007
Salicultura activa
429830
Salicultura semi-activa
111413
Salicultura inactiva
861057
Aquacultura extensiva
759014
Aquacultura semi-intensiva
1927499

 

Características socioeconómicas

Reportando ao ano de 2009, a produção de sal das 9 marinhas (Podre, Santiago da Fonte, Pajota, Troncalhada, Senitra, Grã-Caravela, Passã, 18 do Caramonetes e Puxadoiros) ainda dedicadas produção de sal de acordo com os métodos artesanais atingiu as 908 toneladas. Este valor, de acordo com um dos 19 produtores [marnotos e moços] ainda em actividade, corresponde a um aumento de cerca de 44% em relação ao volume produzido no ano de 2008

Marinha
Área aproximada (ha) 2009
Puchadoiros
8,99
Troncalhada
4,20
Senitra
4,48
Passã
8,19
Pajota
6,57
Santiago da Fonte
5,90
Gran Caravela
4,98
Dezoito dos Caramonetes
3,99
Podre
8,67

Das nove marinhas que estiveram em produção de sal marinho pelo método artesanal, em 2009, duas são propriedade dos parceiros do projecto ECOSAL ATLANTIS:

A Marinha da Troncalhada, propriedade da Câmara Municipal de Aveiro, assumindo-se como Ecomuseu que procura proporcionar o conhecimento e interpretação do território, tem como valências, para além da produção efectiva de sal marinho artesanal, demonstrar a prática da salicultura com fins pedagógicos, culturais e ambientais integrando a rede municipal do Museu da Cidade de Aveiro. A crescente procura deste espaço pelo público, bem como o propósito de o valorizar enquanto equipamento museológico e de potenciar os seus recursos conduziram à participação no projecto europeu Sal do Atlântico e à construção do Centro Interpretativo e Ambiental que abrirá as portas m 2011.


A Marinha Santiago da Fonte, com produção de sal por método artesanal, foi adquirida pela Universidade de Aveiro em 1993. No âmbito do projecto Interreg IIIB Sal do Atlântico (2004-2007), esta marinha foi objecto de intervenções diversificadas: reabilitação do armazém (no âmbito do processo de certificação do produto), recuperação dos muros com experimentação de novos materiais, criação da imagem gráfica da marinha. Por último a certificação da safra de 2009. As intervenções efectuadas permitiram adaptar a marinha para novas funcionalidades, nomeadamente para o desenvolvimento de actividades de investigação e divulgação científica